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CAPÍTUL O   0 4   –   F A T O re s   D e   r I s C O   e   F A T O re s   C O n T r I b UI n T e s   P A r A   O s   A CID en T e s




                       O uso obrigatório de cinto de segurança reduz a probabilidade de que um acidente
                  seja fatal, caso ele ocorra, mas não reduz o número de mortes per capita. Isso porque
                  os motoristas, ao usarem cinto de segurança, têm atitudes mais agressivas no trânsito

                  por se sentirem mais seguros [22].

                       Outro exemplo que ilustra bem a Teoria da Homeostase de Risco foi a mudança da
                  direção da mão esquerda para direita, em 1967, na Suécia. Após essa medida, obser-
                  vou-se que o número de acidentes de trânsito no país diminuiu. Os motoristas, pouco

                  acostumados a dirigir na nova mão, tinham atitudes mais responsáveis e seguras. No
                  entanto, após um ano e meio, os índices voltaram aos valores anteriores: os motoristas
                  já estavam habituados com o novo sistema e o nível de risco percebido caiu, o que fez
                  com que retornassem às atitudes mais arriscadas [22].


                       Os sistemas de incentivo à operação sem acidentes têm se mostrado bem exitosos
                  na redução de acidentes — como recompensas futuras e aumento da percepção dos
                  benefícios com comportamento seguro. Há evidências de que indivíduos que possuem
                  boas expectativas do futuro tendem a apresentar mais comportamentos seguros no

                  trânsito. Nesse sentido, intervenções não tecnológicas que aumentem a saúde e a se-
                  gurança das pessoas e o desejo da população por segurança reduzem acidentes [22].




                  4.5 Limitações da análise de fatores de risco e/ou
                        fatores contribuintes





                  O estudo aprofundado dos fatores de risco e/ou fatores contribuintes para os aciden-
                  tes auxilia na compreensão do problema de Segurança Viária e subsidia a escolha de

                  contramedidas para solucioná-lo. Conhecer os principais fatores que atuam em cada
                  localidade é fundamental para elaborar projetos seguros, assim como promover a ope-
                  ração adequada das rodovias. No entanto, há duas principais limitações no estudo de

                  fatores de risco e/ou fatores contribuintes, as quais devem ser consideradas [2]:

                           •  esses estudos não possuem um grupo de controle, ou seja, não há um es-
                             tudo que engloba o trânsito em geral, considerando todos os usuários, as
                             características da via, dos veículos e do comportamento dos usuários. Há





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                                                                                                         DER / SP
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