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CAPÍTUL O 0 4 – F A T O re s D e r I s C O e F A T O re s C O n T r I b UI n T e s P A r A O s A CID en T e s
O risco que o motorista está disposto a correr é maior na medida em que os fatores
(i) e (iv) são maiores e que os fatores (ii) e (iii) são menores [22].
Nível de risco zero corresponde a uma situação sem mobilidade, por isso, não é
buscado pelos motoristas. Em vez disso, os motoristas buscam um nível de risco alvo,
no qual o benefício líquido é máximo. Dessa forma, tendem a otimizar o risco, ou seja,
o risco desejado pelo motorista é aquele que apresenta melhor benefício-custo [22].
A Teoria da Homeostase de Risco diz que, em cada momento, as pessoas compa-
ram o risco percebido com o desejado e mudam o seu comportamento a fim de elimi-
nar discrepâncias entre eles [22]. A Figura 4.3 apresenta o fluxograma do mecanismo
homeostático.
Figura 4.3: Mecanismo homeostático
Fonte: adaptado de [2], [22]
O mecanismo da homeostase, apresentado na Figura 4.3, constitui uma causa-
lidade circular. Ao mudar o grau de cautela repercutido no comportamento, há uma
mudança no índice de acidentes, o que, por sua vez, provoca uma mudança de compor-
tamento dos motoristas. Haverá flutuações no nível de acidentes no curto prazo, mas,
em média, ao longo do tempo, os índices permanecem estáveis, a menos que o ponto
de ajuste seja alterado.
Da mesma maneira, o nível de risco alvo é interpretado como a variável de controle
na dinâmica de causalidade do índice de acidentes. Portanto, para reduzir esse índice,
deve-se diminuir o nível de risco que as pessoas estão dispostas a correr. Nesse senti-
do, as demais variáveis provocam poucas flutuações no índice de acidentes [22].
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MANU AL DE SE GUR ANÇA VIÁRIA
DER / SP