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CAPÍTUL O 1 4 – A v AL i A çã O E C O nômi CA E m O ni T O r A m E n T O d E P r O j ET O s im PLA n T A d O s
características geométricas da via), mas, a priori, não têm dados a respeito da aciden-
talidade. Assim, dos locais selecionados para a comparação, alguns devem apresentar
a contramedida que se deseja avaliar, enquanto outros devem diferir apenas pela au-
sência da contramedida, apresentando configurações semelhantes. Por isso, são sepa-
rados em dois grupos:
• Grupo de tratamento: formado por locais que apresentam a contramedida; e
• Grupo de controle: formado por locais que apresentam características ge-
rais semelhantes aos locais de tratamento, porém não apresentam a con-
tramedida a ser avaliada.
Quando se deseja avaliar a efetividade da implantação de rotatórias com um es-
tudo observacional transversal, por exemplo, deve-se selecionar interseções em nível
com e sem rotatória, que apresentem o mesmo número de aproximações, o mesmo
número de faixas por aproximação, VDMs parecidos e outras características semelhan-
tes. Nesse caso, os locais com rotatória são atribuídos ao grupo de tratamento e os
locais sem rotatória, ao grupo de controle.
A diferença dos estudos transversais para os estudos observacionais antes / de-
pois com grupo de controle, é que, no caso dos estudos transversais, não existem da-
dos para o período anterior, e os grupos de tratamento e controle são selecionados
apenas depois do projeto ter sido implementado. Dessa forma, se os locais de controle
não tiverem características semelhantes aos locais de tratamento, os efeitos das ca-
racterísticas locais podem ser confundidos com efeitos do tratamento, podendo gerar
um viés da relação causa e efeito [14]. Por esta razão, estudos transversais devem ser
utilizados apenas quando dados do período anterior não estiverem disponíveis.
Para reduzir o viés da relação causa e efeito, modelos estatísticos (como mode-
los de regressão multivariados) podem ser desenvolvidos para estimar de que modo
as variáveis selecionadas (volume de tráfego, largura da pista, geometria das curvas,
bem como a presença ou ausência do tratamento) afetam a variável dependente (no
caso, a frequência de acidentes) [14]. Assim, é possível estimar a efetividade do projeto
implantado por meio da comparação das frequências de acidentes estimadas com os
modelos estatísticos em locais com e sem tratamento, no período posterior [13].
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MANU AL DE SE GUR ANÇA VIÁRIA
MANU AL DE SE GUR ANÇA VIÁRIA
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