Page 465 - Manual_de_Seguranca_Viaria
P. 465

CAPÍTUL O   1 4   –   A v AL i A çã O   E C O nômi CA   E   m O ni T O r A m E n T O   d E   P r O j ET O s   im PLA n T A d O s




                  características geométricas da via), mas, a priori, não têm dados a respeito da aciden-
                  talidade. Assim, dos locais selecionados para a comparação, alguns devem apresentar
                  a contramedida que se deseja avaliar, enquanto outros devem diferir apenas pela au-

                  sência da contramedida, apresentando configurações semelhantes. Por isso, são sepa-
                  rados em dois grupos:

                           •  Grupo de tratamento:  formado por locais que apresentam a contramedida; e

                           •  Grupo de controle: formado por locais que apresentam características ge-
                             rais semelhantes aos locais de tratamento, porém não apresentam a con-
                             tramedida a ser avaliada.




                       Quando se deseja avaliar a efetividade da implantação de rotatórias com um es-
                  tudo observacional transversal, por exemplo, deve-se selecionar interseções em nível
                  com e sem rotatória, que apresentem o mesmo número de aproximações, o mesmo
                  número de faixas por aproximação, VDMs parecidos e outras características semelhan-
                  tes. Nesse caso, os locais com rotatória são atribuídos ao grupo de tratamento e os

                  locais sem rotatória, ao grupo de controle.

                       A diferença dos estudos transversais para os estudos observacionais antes / de-
                  pois com grupo de controle, é que, no caso dos estudos transversais, não existem da-

                  dos para o período anterior, e os grupos de tratamento e controle são selecionados
                  apenas depois do projeto ter sido implementado. Dessa forma, se os locais de controle
                  não tiverem características semelhantes aos locais de tratamento, os efeitos das ca-
                  racterísticas locais podem ser confundidos com efeitos do tratamento, podendo gerar

                  um viés da relação causa e efeito [14]. Por esta razão, estudos transversais devem ser
                  utilizados apenas quando dados do período anterior não estiverem disponíveis.

                       Para reduzir o viés da relação causa e efeito, modelos estatísticos (como mode-
                  los de regressão multivariados) podem ser desenvolvidos para estimar de que modo

                  as variáveis selecionadas (volume de tráfego, largura da pista, geometria das curvas,
                  bem como a presença ou ausência do tratamento) afetam a variável dependente (no
                  caso, a frequência de acidentes) [14]. Assim, é possível estimar a efetividade do projeto
                  implantado por meio da comparação das frequências de acidentes estimadas com os

                  modelos estatísticos em locais com e sem tratamento, no período posterior [13].





          464
          464
                     MANU  AL  DE  SE  GUR ANÇA  VIÁRIA
                     MANU AL  DE  SE GUR ANÇA  VIÁRIA
              SP
          DER / SP
             /
          DER
   460   461   462   463   464   465   466   467   468   469   470