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CAPÍTUL O   0 2   –   CAR Á TER   MULTIDISCIPLINAR   D A   SE GUR ANÇA   VIÁRIA




                       Análises mostram que uma alta proporção de acidentes do mesmo tipo tende a
                  ocorrer em locais que apresentam elementos geométricos ou operacionais comuns
                  [16]. Desse modo, a análise sistêmica baseia-se nos tipos de acidentes que resultam

                  em mortes ou ferimentos graves espalhados em toda a rede viária, e não em locais
                  específicos com histórico de concentração de acidentes graves.

                       A abordagem sistêmica envolve características tanto da abordagem reativa como
                  da abordagem proativa, combinando essas duas abordagens na identificação de locais

                  de risco. Esse tipo de análise utiliza dados históricos de acidentes para identificar ca-
                  racterísticas da rodovia que podem atuar como fatores de risco para determinados ti-
                  pos de acidentes, por isso o caráter da abordagem reativa. Contudo, a partir das carac-
                  terísticas observadas da rodovia, a análise sistêmica permite a realização de melhorias
                  em locais que ainda não apresentaram muitos ou, em alguns casos, nenhum acidente,

                  o que a designa como uma abordagem parcialmente proativa [17].

                       A análise sistêmica pode ser dividida em três etapas, como representado na Figura
                  2.3 [15]:


                           •  Etapa 1: semelhante às etapas do Gerenciamento da Segurança Viária tra-
                             dicional. Inicia-se com a adequada coleta de dados, incluindo dados históri-
                             cos de acidentes e dados de infraestrutura detalhados. A partir da análise
                             dos dados são (i) identificados os tipos de acidentes chave e os fatores de

                             risco associados; (ii) analisar e priorizar locais candidatos para a implemen-
                             tação de contramedidas; (iii) selecionar contramedidas de segurança com-
                             provadas e de baixo custo; e (iv) priorizados os projetos.

                           •  Etapa 2: define-se o investimento destinado a programas de análise sistê-
                             mica e o implementar.

                           •  Etapa 3: avalia-se a efetividade dos programas de segurança sistêmica.



















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