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CAPÍTUL O 0 4 – F A T O re s D e r I s C O e F A T O re s C O n T r I b UI n T e s P A r A O s A CID en T e s
• não ver e não ser visto;
• idade, experiência, agilidade e resistência corporal.
Aproximadamente 90% da informação utilizada pelos motoristas é visual [3]. No
entanto, a recepção visual é seletiva e depende do estado físico e emocional do moto-
rista. Há cinco importantes aspectos em relação à visão que devem ser considerados,
os quais são fortemente influenciados pela velocidade do veículo [3]:
• acuidade visual: habilidade de ver detalhes à distância;
• sensibilidade de contraste: habilidade de detectar pequenas diferenças na
luminância entre um objeto e seu fundo;
• visão periférica: habilidade de detectar objetos que estão fora da área de
visão mais precisa do olho;
• movimento em profundidade: habilidade de estimar a velocidade de outro
veículo a partir da variação de sua posição;
• pesquisa visual: habilidade de pesquisar o cenário da rodovia em rápida mu-
dança para coletar informações.
Outro importante aspecto do comportamento do motorista é o Tempo de Per-
cepção e Resposta (PRT, do inglês, Perception–Response (or Reaction) Time). É o tempo
necessário para: (i) detecção, (ii) reconhecimento, (iii) decisão e (iv) reação. Como padrão
de projeto, normalmente utiliza-se 2,5 segundos, mas esse não é um valor fixo, pois
depende de diversos fatores humanos, como os previamente discutidos. Se o usuário
estiver em um sistema rodoviário muito complexo, o PRT poderá ser muito maior do
que o mencionado. As quebras de expectativa também aumentam o PRT. As rodovias
precisam ser um sistema harmônico e simples para diminuir os erros humanos, os aci-
dentes e suas consequências. Esse princípio deve ser reforçado por todas as autorida-
des rodoviárias, nas fases de planejamento, projeto e operação [6].
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MANU AL DE SE GUR ANÇA VIÁRIA
DER / SP