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CAPÍTUL O 0 4 – F A T O re s D e r I s C O e F A T O re s C O n T r I b UI n T e s P A r A O s A CID en T e s
BOX 2 CONCEITO DE EXPECTATIVA
i Os usuários da via têm expectativas em relação à operação do sistema viá rio.
Essas expectativas determinam como os usuários responderão às situações,
as quais influenciam na velocidade praticada e no processamento de infor-
mações. Quando essas expectativas são quebradas, normalmente o tem-
po de percepção e resposta é maior e a decisão tomada pode ser errônea, o
que pode levar a acidentes. Essa é uma das considerações mais importantes
para a realização de um projeto, pois auxilia no desempenho dos usuários da
via [16].
A expectativa dos usuários é fortemente influenciada pelo ambiente rodo-
viário, como as características da via, do ambiente ao seu redor e o comporta-
mento dos demais usuários. Estudos mostram que os usuários esperam que
o ambiente observado na via se mantenha constante pelos próximos 1 a 2 km
[17]. Há dois tipos de expectativa [16], [18]:
• Expectativa populacional: relativa à experiência de longo prazo
dos usuários, à educação recebida, à cultura e a aprendizados. Por
exemplo, expectativa de que todos os usuários trafegam no mesmo
sentido; muitas vezes, usuários na contramão não são vistos.
• Expectativa situacional: relativa ao curto prazo, à situação corrente
da rodovia. Por exemplo, expectativa de que um usuário estará em
certa posição nos segundos seguintes, o que faz com que manobras
bruscas levem, muitas vezes, a acidentes.
Sabendo que os erros humanos dependem da interação entre os usuários, a via, o
meio ambiente e o veículo, não são apenas ações de educação de trânsito, fiscalização
e punição aos motoristas que resolvem os problemas de Segurança Viária. Sem mini-
mizar essas medidas, investimentos em engenharia de tráfego apresentam vantagens
se comparados a elas, uma vez que os resultados são imediatamente comprováveis e
tendem a ser mais duradouros [19].
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MANU AL DE SE GUR ANÇA VIÁRIA
DER / SP