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CAPÍTUL O   1 4   –   A v AL i A çã O   E C O nômi CA   E   m O ni T O r A m E n T O   d E   P r O j ET O s   im PLA n T A d O s




                       Na sequência, são introduzidos os três métodos utilizados nos estudos observa-
                  cionais antes / depois:

                         (i)  estudo observacional antes / depois simples
                         (ii)  estudo observacional antes / depois usando o método Empírico de Bayes

                        (iii)  estudo observacional antes / depois usando grupo de controle

                  i. Estudo observacional antes / depois simples


                  Um estudo observacional antes / depois realizado sem levar em consideração locais sem
                  tratamento é chamado de estudo antes / depois simples. Essa é a abordagem atualmen-
                  te utilizada pelo DER/SP na avaliação da efetividade de projetos de Segurança Viária.


                       A Figura 14.4 esquematiza essa metodologia. O triângulo azul preenchido refere-
                  se ao valor observado no local no período anterior ao tratamento. O triângulo verde
                  vazado está relacionado ao valor estimado para o local, num período posterior, no caso
                  de não haver qualquer tratamento. O triângulo verde preenchido diz respeito ao valor
                  observado no local tratado, no período posterior.


                       Nesse caso, é adotada a premissa de que o valor estimado para a frequência de
                  acidentes em locais não tratados, no período posterior de análise, permanece igual à
                  frequência de acidentes observada no período anterior.

                       Entende-se, portanto, que a variação entre a frequência de acidentes observada e

                  a frequência de acidentes estimada, no período posterior, está diretamente relacionada
                  à implantação do tratamento. Logo, a efetividade do projeto (ou seja, o CMF) é calcula-
                  do pela razão entre o valor observado no período posterior, no local tratado, e o valor
                  esperado no período posterior, caso não houvesse intervenção.

                       A suposição simplificadora, adotada para estimar a frequência de acidentes em lo-

                  cais não tratados, compromete a capacidade de avaliar conclusivamente se a diferença
                  entre o valor observado e o valor estimado no período posterior ocorreu exclusivamen-
                  te devido ao tratamento aplicado [13]. Além disso, essa abordagem não leva em consi-
                  deração o viés de regressão para a média , além de não compensar tendências gerais
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                  dos dados de acidentes no período analisado.





                  5   O conceito do viés de regressão para a média é apresentado no “Capítulo 5 — Uso e tratamento
                     de dados de acidentes”.

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                     MANU AL  DE  SE GUR ANÇA  VIÁRIA
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