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CAPÍTUL O   1 5   –   MODEL O   P AR A   PREVIS Ã O   DE   A CIDENTE S




                  15.4 Considerações a respeito do emprego do
                          método preditivo no Brasil





                  O desenvolvimento de modelos de previsão de acidentes no Brasil ainda não é uma
                  prática disseminada. Isso se deve, em parte, à carência na disponibilidade e qualidade

                  de dados de acidentes viários associada à escassez relativa de processos de calibração
                  e validação de modelos de desempenho de segurança no país [2]. Uma das limitações
                  da aplicação do método preditivo do HSM no Brasil é que, por ser baseado em pesqui-

                  sas que utilizam dados disponíveis de características físicas e de tráfego de sistemas
                  rodoviários nos Estados Unidos, não existem modelos preditivos para todas as carac-
                  terísticas geométricas e de controle de tráfego existentes, especialmente para carac-
                  terísticas típicas de rodovias brasileiras [3], [9].


                       Outro fator limitante é que os efeitos não geométricos, como o comportamento
                  dos condutores (idade, experiência ao dirigir, uso do cinto de segurança, uso de álcool,
                  perfil de agressividade etc.) e condições climáticas, são considerados em um sentido
                  geral, apenas por meio do processo de calibração do modelo. Assim, a calibração se tor-
                  na extremamente importante para a transferibilidade do método preditivo para outras

                  regiões, devendo ser realizada com muita cautela para não comprometer a qualidade
                  dos resultados.

                       Além desses fatores limitantes, relacionados à aplicação do método em locais di-

                  ferentes daqueles em que foi baseado, existem pontos de atenção que devem ser con-
                  siderados na utilização do método preditivo, tais como [3]:

                           •  o método trata de forma independente os efeitos do projeto geométrico e
                             dos elementos de controle de tráfego, ignorando as possíveis interações

                             entre eles, mesmo sendo provável que tais interações existam. Atualmente,
                             essas interações não são totalmente compreendidas e, portanto, são difí-
                             ceis de quantificar;

                           •  o método não leva em consideração os efeitos das variações do volume de
                             tráfego durante o dia ou das proporções de caminhões e motocicletas.








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                                 GUR
                     MANU
                     MANU AL  DE  SE GUR ANÇA  VIÁRIA
                          AL
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