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CAPÍTUL O   0 1   –   P ANOR AMA   D A SE GUR ANÇA   VIÁRIA




                       Como se observa, o foco da abordagem foi sendo ampliado e deslocado ao longo
                  dos anos: inicialmente centrado na figura do condutor para atualmente abarcar o con-
                  ceito de sistema, envolvendo diversos atores, desde usuários até gestores e técnicos.

                       O enfoque nos usuários vulneráveis é cada vez maior e também são considerados

                  os impactos dos dispositivos eletrônicos e de sistemas inteligentes. Por fim, entende
                  o envelhecimento da população como sendo um novo desafio ao sistema de transpor-
                  tes, o qual deverá se adaptar às limitações dos motoristas, ciclistas e pedestres mais

                  velhos [20].

                       Na visão mais recente, a Segurança Viária atua de forma a atender o objetivo de
                  redução de acidentes e da sua severidade, desenvolvendo projetos com características
                  que preservem a integridade física dos usuários e dos bens materiais. Ela deve ser in-

                  corporada em todo o ciclo de vida das vias, desde a concepção, projeto e construção,
                  até a manutenção e operação [22].

                       A abordagem do Sistema Seguro redirecionou a gestão da Segurança Viária. Essa
                  abordagem considera que os seres humanos cometem erros ao utilizar o sistema de

                  transportes e são vulneráveis a lesões em caso de acidentes. Portanto, o sistema viário
                  deve ser projetado para que as consequências das falhas humanas sejam minimizadas.
                  Assim, a responsabilidade é compartilhada entre projetistas, gestores, operadores, au-
                  toridades governamentais e usuários.


                       Um dos elementos centrais da abordagem do Sistema Seguro é o estabelecimento
                  de metas. Metas de Segurança Viária facilitam a definição de prioridades e a implanta-
                  ção de medidas efetivas para reduzir acidentes. Devem ser estabelecidas metas ambi-
                  ciosas, porém realistas, a fim de medir o desempenho, além de garantir a responsabi-

                  lização e a prestação de contas. A abordagem do Sistema Seguro é explicada com mais
                  detalhes no “Capítulo 6 — Diretrizes para projeto seguro de rodovias”.




                  1.4.1 A Década de Ação para a Segurança no Trânsito


                  Em maio de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu o fardo que as
                  fatalidades e lesões decorrentes de acidentes de trânsito representam à socieda-

                  de, constituindo-se um problema de saúde pública com consequências econômicas
                  e sociais [23].


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