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CAPÍTUL O   0 4   –   F A T O re s   D e   r I s C O   e   F A T O re s   C O n T r I b UI n T e s   P A r A   O s   A CID en T e s




                       A redução sistemática da velocidade regulamentada tem se mostrado benéfica
                  em áreas urbanizadas com presença de usuários vulneráveis. Alguns países já estão
                  adotando essa medida, a qual tem sido reconhecida como boa prática na comunidade

                  internacional. Os dados de acidentes podem auxiliar nessa tomada de decisão: espe-
                  cialmente em locais em que se verifica demasiado número de acidentes, pode ser ne-
                  cessário reduzir a velocidade.

                       Contudo, velocidade elevada não necessariamente significa velocidade acima do li-

                  mite regulamentado [1]. Em condições operacionais com nível de serviço inferior (quan-
                  do há veículos tentando trafegar em velocidade mais alta que o fluxo) ou em condições
                  climáticas adversas (quando há neblina ou chuva), o limite seguro de velocidade pode
                  estar abaixo do limite legal. Nesse sentido, pode-se ter uma velocidade de tráfego ina-
                  dequada à situação, mesmo dentro do limite legal.


                       Diversos estudos sugerem que, tanto os motoristas que viajam a velocidades me-
                  nores do que a média da corrente de tráfego, como os motoristas que viajam a veloci-
                  dades mais elevadas, têm maiores índices de envolvimento em acidentes que aqueles

                  que estão mais próximos da velocidade média [2]. Velocidades diferenciais mais ele-
                  vadas quebram as expectativas dos motoristas e contribuem para a ocorrência dos
                  acidentes [1].

                       Por esse motivo, os critérios de projeto devem estar coerentes com a velocidade

                  proposta tanto quanto possível, de forma a reduzir diferenças de velocidade praticadas
                  na rodovia. Há estudos que sugerem que seria mais adequado que veículos pesados e
                  veículos leves trafegassem com velocidades próximas, ambos a velocidades mais bai-
                  xas, a fim de diminuir o espectro de velocidades na rodovia. Considerações sobre a

                  determinação da velocidade de projeto são abordadas no “Capítulo 6 — Diretrizes para
                  projeto seguro de rodovias”.




                  4.1.2 Interação pessoa–via–veículo–meio ambiente


                  Como mencionado, os fatores de risco e os fatores contribuintes para a ocorrência dos
                  acidentes podem estar relacionados aos usuários, à via, aos veículos e/ou ao meio am-
                  biente. O Quadro 4.2 apresenta um resumo sobre esses conceitos.






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                     MANU AL  DE  SE GUR ANÇA  VIÁRIA
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