Page 146 - Manual_de_Seguranca_Viaria
P. 146
CAPÍTUL O 0 5 – USO E TR A T AMENT O DE D ADOS DE A CIDENTE S
Recomenda-se a utilização de dados de acidentes relativos a um período de cinco
anos consecutivos, o que geralmente fornece confiabilidade estatística à análise. O pe-
ríodo mínimo recomendado, a fim de evitar erros decorrentes do viés da RPM, é de três
anos. Períodos maiores, com séries históricas mais extensas, fornecem as tendências
de longo prazo para o trecho [8].
Além disso, para a determinação do período de análise é necessário [2], [3]:
• considerar as alterações nas características geométricas e operacionais da
via e mudanças nas atividades no entorno, que podem ter um impacto na
ocorrência de acidentes;
• usar dados de acidentes para anos inteiros, evitando os efeitos das varia-
ções cíclicas ou sazonais na ocorrência de acidentes;
• verificar quaisquer mudanças na definição das bases de dados que podem
introduzir descontinuidades dos dados.
Por fim, ao interpretar a variação na frequência de acidentes, é fundamental dis-
tinguir variação aleatória de variação sistemática. A variação sistemática é a variação
“real” do número de acidentes, ou seja, é a variação do número de acidentes dentro do
desvio padrão esperado. Já a variação aleatória representa a variação do número de
ocorrências registradas em relação ao número esperado de acidentes, ou seja, repre-
senta um pico qualquer (maior ou menor) que foge da expectativa [9].
5.3 Identificação e caracterização de locais
críticos de acidentes
Locais críticos podem ser definidos como segmentos ou pontos da rede viária com alta
frequência de acidentes, alto índice de exposição aos acidentes, tendência constante de
aumento na frequência acidentes, ou ainda, a partir de relatos da população [10].
A primeira etapa do processo de Gerenciamento da Segurança Viária consiste na
identificação dos locais críticos, a qual pode ser realizada a partir da análise de dados
145
MANU AL DE SE GUR ANÇA VIÁRIA
DER / SP