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CAPÍTUL O   0 7   –   Pr O je T O   se g U r O   de   r O d O vi A s




                       Além disso, a água presente em eventuais empoçamentos pode ser projetada e
                  atingir o para-brisa de outros veículos, comprometendo sua visibilidade. Essa proje-
                  ção pode ser gerada pela interação, em alta velocidade, dos sulcos dos pneus com a

                  água presente na via e ocorrer acompanhada de detritos, podendo atingir o para-brisa
                  dos veículos.

                       Para garantir uma boa aderência pneu-pavimento, obras de implantação ou reabi-
                  litação do pavimento devem prever o uso de revestimentos asfálticos com melhor ma-

                  crotextura e, consequentemente, maior coeficiente de atrito, como por exemplo o mi-
                  cro-revestimento asfáltico a frio, o SMA (Stone Matrix Asphalt) ou o  Gap Graded. Uma
                  outra opção é utilização da camada porosa de atrito (CPA), um revestimento asfáltico
                  drenante que permite a percolação da água no interior da própria camada, diminuin-
                  do, significativamente, a lâmina d’água na superfície do pavimento e reduzindo o efeito

                  do spray.




                  7.3 Drenagem





                  Aproximadamente 25% das colisões, bem como 13,5% das colisões com mortes, ocor-
                  rem em pistas molhadas [1]. Gerenciar as águas superficiais é um aspecto indispensá-
                  vel para conferir Segurança Viária, principalmente em vias que permitem velocidades
                  elevadas. O escoamento rápido das águas para fora da faixa de rolamento durante

                  chuvas fortes requer sistemas de drenagem confiáveis e eficientes.

                       A água na superfície da via pode ter dois destinos: parte escorre sobre a superfície
                  do pavimento (sendo conduzida para as laterais da pista), e parte se infiltra no pavi-
                  mento. Este capítulo, apresenta a drenagem em termos de capacidade de escoamento

                  superficial da água.

                       Entretanto, a drenagem superficial não deve ser vista somente com relação à sua ca-
                  pacidade hidráulica, mas também com relação à segurança das laterais da via e seu efeito
                  na zona livre de obstáculos. Esse tema é abordado no “Capítulo 8 — Projeto seguro das la-

                  terais das vias”, com destaque para o projeto seguro dos dispositivos de drenagem lateral,
                  que devem ser, preferencialmente, traspassáveis ou apresentar proteção por dispositivo de
                  contenção lateral.



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