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CAPÍTUL O   0 6   –   Dire T rize s   P A r A   P r O je T O   se g U r O   D e   r ODO vi A s




                       A classificação funcional de uma rodovia é baseada principalmente nas caracte-
                  rísticas de viagem dos veículos motorizados — embora a acomodação de ciclistas,
                  pedestres e usuários de transporte público seja uma consideração importante no

                  planejamento e projeto de rodovias. A quantidade de acessos e o nível de mobilidade
                  oferecidos são os serviços básicos que caracterizam as classes funcionais da rodovia.
                  Esses serviços (mobilidade e acessibilidade) são conflitantes entre si: a função de mo-
                  bilidade diminui à medida que os acessos aumentam [14].


                       Rodovias de classes mais elevadas (Classes 0 e I) têm alto nível de mobilidade.
                  Elas conectam os principais polos geradores de viagens (PGVs) , atendendo a grandes
                                                                                6
                  volumes de tráfego e possibilitando viagens longas e velocidades elevadas. Já rodovias
                  de classes mais baixas (Classes II, III e IV) fornecem mais acessos a terrenos adjacen-
                  tes, sendo caracterizadas por viagens de distâncias mais curtas, velocidades baixas e

                  volumes de tráfego geralmente menores.

                       A classificação das rodovias influencia diretamente nos elementos de projeto vi-
                  sando a Segurança Viária. A partir da classe da rodovia são estabelecidas diferentes

                  medidas que devem ser tomadas a fim de garantir um nível de segurança aceitável
                  para os usuários. Rodovias de classes mais elevadas tendem a ser mais seguras, uma
                  vez que são dotadas de padrões técnicos mais elevados. O controle total de acessos,
                  que ocorre em rodovias de Classe 0, é uma característica de projeto que promove a se-

                  gurança, pois diminui a frequência e a variedade de eventos que exigem a atuação dos
                  motoristas, reduzindo a necessidade dos motoristas realizarem tarefas de orientação
                                                                                                      7
                  [15]. Além disso, outros elementos de projeto como canteiros centrais e acostamentos
                  mais largos, zonas laterais livres de obstruções, uso de barreiras de proteção e inter-

                  seções em desnível resultam em um ambiente mais seguro.

                       Em rodovias de Classe 0 e I, os fatores que mais contribuem para a severidade
                  dos acidentes são as elevadas velocidades praticadas e o diferencial de velocidades
                  entre diferentes veículos. Assim, os tipos de acidentes que resultam em lesões graves




                  6   PGVs são empreendimentos comerciais e residenciais de grande porte que têm capacidade de
                     atrair ou produzir um número significativo de viagens no contexto de uma cidade, causando
                     impactos positivos e negativos no sistema viário.
                  7   Conforme definido no “Capítulo 4 — Fatores de risco e fatores contribuintes para os acidentes”,
                     a tarefa de orientação refere-se à interação com outros veículos, na qual os motoristas utilizam
                     julgamento, estimativa e previsão para tomar decisões em um ambiente de mudança constante.


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