Page 182 - Manual_de_Seguranca_Viaria
P. 182

CAPÍTUL O   0 6   –   Dire T rize s   P A r A   P r O je T O   se g U r O   D e   r ODO vi A s




                  de veículo ou conversões em locais com raio de curvatura menor que os raios mínimos
                  necessários para o comprimento dos veículos longos.

                       Quando o tráfego de uma rodovia apresenta veículos pesados em grande parte
                  de sua composição, a operação e a Segurança Viária podem ser impactadas, especial-

                  mente em termos da redução da mobilidade da via. Isso ocorre, pois veículos pesa-
                  dos geralmente apresentam menor capacidade de aceleração e desaceleração, quando
                  comparados aos veículos leves, o que gera um diferencial de desempenho em relação

                  aos greides e curvas horizontais. Nesses casos, é particularmente importante incluir
                  considerações específicas para esses veículos na elaboração do projeto e no planeja-
                  mento da operação e da manutenção da via.

                       Nas proximidades de interseções, por exemplo, onde são observadas manobras de

                  cruzamento, entrada ou saída de veículos da rodovia, o comportamento dos veículos
                  leves e veículos pesados quanto ao seu desempenho de aceleração e desaceleração se
                  torna relevante para a segurança [17]. Quando há um número significativo de veículos
                  pesados na composição do tráfego de rodovias com velocidade elevada e grande volu-

                  me de tráfego, deve-se considerar medidas de engenharia que amenizem o diferencial
                  de velocidades.

                       Nesses locais, recomenda-se a implantação de faixas de mudança de velocidade
                  (faixas de aceleração e desaceleração), que consistem em faixas auxiliares de tráfego

                  cujo objetivo é proporcionar espaço suficiente para que veículos que entram ou saem
                  da via ajustem a velocidade sem causar interferências no fluxo. Assim, é possível elevar
                  a capacidade da via e reduzir a ocorrência de acidentes [17].

                       Em regiões com relevo acidentado, a diferença de velocidade entre veículos leves e

                  pesados é ainda mais significativa: em rampas ascendentes longas e/ou íngremes, os
                  veículos pesados costumam trafegar com velocidades reduzidas, enquanto em rampas
                  descendentes, esses veículos podem perder o controle, devido a uma falha no sistema

                  de frenagem ou outra falha mecânica. O diferencial de velocidades em rampas ascen-
                  dentes resulta em um elevado risco de colisões, especialmente em rodovias de pista
                  simples localizadas em terreno sinuoso, nas quais é mais difícil realizar manobras de
                  ultrapassagem. Nesses casos, devem ser implantadas faixas adicionais, que possibili-
                  tam a ultrapassagem e separam os veículos mais lentos dos mais rápidos. Já em ram-

                  pas descendentes acentuadas, é recomendada a implantação de áreas de escape para



                                                                                                            181

                                                                          MANU AL  DE  SE GUR ANÇA  VIÁRIA
                                                                                                         DER / SP
   177   178   179   180   181   182   183   184   185   186   187