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CAPÍTUL O   0 7   –   Pr O je T O   se g U r O   de   r O d O vi A s




                  de velocidade experimentada por esses veículos nas rampas. Nessas condições, é de-
                  sejável a utilização de faixas adicionais em aclives, especialmente em vias com elevado
                  volume de tráfego, para facilitar ultrapassagens e garantir que a rodovia opere com
                  nível de serviço adequado.

                       O dimensionamento das faixas adicionais em rampas merece atenção especial.

                  Primeiramente, os pontos de início e término da faixa adicional devem ser claramente
                  visíveis para os motoristas. O ponto de início da faixa adicional depende da velocidade
                  com que o veículo pesado se aproxima da rampa e das restrições de visibilidade na
                  aproximação, sendo recomendado o ponto limite quando os veículos pesados apresen-

                  tam uma perda de 15 km/h na velocidade praticada  [7].

                       A localização do término da faixa adicional de ultrapassagem, por sua vez, é o com-
                  ponente mais crítico do projeto [5]. O trecho final da faixa deve garantir distância de vi-
                  sibilidade suficiente para que o motorista decida se a manobra de ultrapassagem deve
                  ser finalizada ou abandonada. É desejável, também, que o trecho final atue como uma

                  faixa de aceleração, para que os veículos pesados possam recuperar parte da velocida-
                  de antes de retornar à faixa principal. Para isso, a faixa adicional deve se estender além
                  da crista da curva vertical, de tal forma que a diferença de velocidade entre veículos le-
                  ves e pesados seja de, no máximo, 15 km/h [2]. Recomenda-se que o ponto de término
                  da faixa adicional esteja localizado em uma reta ou em uma descida, e que seja previsto
                  um taper de comprimento adequado no início e no término da faixa adicional, para per-

                  mitir o deslocamento lateral dos veículos que mudam de faixa [2], [5].

                       As declividades máximas das rampas devem ser estabelecidas em função da clas-
                  se funcional da via, da velocidade de projeto e do tipo de ocupação no entorno. Os grei-
                  des mínimos devem ser estabelecidos de modo a evitar o acúmulo de água na pista
                  e minimizar o risco de aquaplanagem, assumindo o valor de 0,5%, nos casos usuais.

                  Valores de até 0,35% são admissíveis em pavimentos com textura de alta qualidade [6].

                       Curvas verticais têm a função de realizar a concordância entre rampas, promo-
                  vendo a transição gradual entre rampas de inclinações distintas e resultando em um
                  projeto que ofereça operação segura e confortável, aparência agradável e condições
                  adequadas de drenagem. Quando a diferença algébrica entre as rampas for inferior a

                  0,5%, pode-se dispensar a utilização das curvas verticais [8].







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                     MANU AL  DE  SE GUR ANÇA  VIÁRIA
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