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CAPÍTUL O   0 7   –   Pr O je T O   se g U r O   de   r O d O vi A s




                       Nesse sentido, outro fator que influencia a ocorrência de acidentes é a quantidade
                  de curvas. Os motoristas têm suas expectativas afetadas pelo número de curvas por
                  quilômetro. Assim, curvas isoladas apresentam índices de acidentes maiores do que
                  curvas já esperadas pelos motoristas.

                       A densidade de curvas em um segmento é influenciada pelo tipo de terreno em que

                  a rodovia se encontra. Em terrenos montanhosos, é comum a incidência de curvas com
                  raios menores. Já em regiões planas, as tangentes longas e curvas com raios maiores
                  são mais frequentes. A transição entre diferentes tipos de relevo pressupõe mudanças
                  nos padrões de alinhamento horizontal. Essas mudanças quebram a expectativa do

                  motorista e podem representar um fator de risco para a ocorrência de acidentes.

                       Dessa forma, é desejável que a geometria anuncie as alterações no padrão da
                  via gradualmente, e não de forma abrupta, garantindo que o motorista seja capaz de
                  se adaptar às mudanças, principalmente com relação à velocidade operacional. Além
                  disso, é importante utilizar as sinalizações horizontal e vertical de advertência para

                  informar aos usuários sobre a necessidade de reforçar a atenção diante de possíveis
                  alterações no padrão da via.

                       A seguir, são listadas algumas recomendações gerais de projeto relacionadas ao
                  que foi destacado anteriormente a respeito do alinhamento horizontal [2], [5], [6]:

                           •  tangentes longas  devem ser evitadas, a menos que estejam localizadas
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                             em regiões muito planas ou vales onde se encaixem naturalmente com a

                             paisagem existente. Entretanto, no caso específico de rodovias de pista
                             simples, é necessário que o traçado ofereça condições de visibilidade que
                             permitam ultrapassagens ao longo de boa parte da rodovia, o que implica
                             em adotar trechos retilíneos (em tangente) relativamente extensos;

                           •  quando houver mudança da velocidade de projeto, é desejável que a geo-
                             metria anuncie a alteração de padrão, de modo que a transição de velocida-
                             de ocorra gradualmente e não de forma abrupta;

                           •  curvas circulares devem ser dotadas de curvas de transição em espiral,
                             com extensão suficiente para acomodar a variação da declividade da pista




                  6   A definição da extensão a partir da qual uma tangente é considerada longa depende da velocida-
                     de operacional prevista [6]. Normas internacionais consideram que tangentes longas ocorrem a
                     partir de 1.000 m [5].


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                     MANU AL  DE  SE GUR ANÇA  VIÁRIA
          DER / SP
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