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CAPÍTUL O   0 7   –   Pr O je T O   se g U r O   de   r O d O vi A s




                  no ponto mais baixo do greide, onde a velocidade praticada pelos veículos costuma ser
                  mais alta. Uma boa prática é compatibilizar as curvas horizontais e verticais para um
                  traçado mais suave, como apresentado à direita da Figura 7.7.

                       Em vista do que foi apresentado, a análise do elemento tridimensional no proje-
                  to geométrico se torna importante, uma vez que pode evitar problemas de segurança

                  ocasionados pela falta de coordenação entre os alinhamentos. Contudo, não é possível
                  determinar um padrão de projeto capaz de garantir coordenação entre os elementos em
                  planta e perfil, aplicável a qualquer situação, visto que rodovias podem apresentar dife-

                  rentes características, que dependem, inclusive, das regiões em que estão localizadas.

                       A seguir são listadas recomendações gerais para buscar uma boa coordenação en-
                  tre os alinhamentos horizontal e vertical, assim como configurações inadequadas que
                  devem ser evitadas [2], [8]:


                           •  trechos em tangente não são coerentes com frequentes alterações bruscas
                             no greide e vice-versa;

                           •  curvas verticais e horizontais superpostas resultam em um traçado geral-
                             mente agradável — é recomendado que curvas verticais estejam contidas
                             nas curvas horizontais, com os vértices das tangentes (pontos de interse-
                             ção vertical) coincidindo quando possível;

                           •  curvas horizontais não devem iniciar ou terminar no ponto mais elevado
                             das curvas verticais convexas para não surpreender o motorista, especial-
                             mente no período noturno;

                           •  da mesma forma, curvas horizontais não devem ter início coincidente com
                             pontos baixos do greide, ao final de longas descidas. Essa configuração
                             pode resultar tanto em uma aparência distorcida do traçado, impedindo a

                             percepção da continuidade da curva, como em situações perigosas decor-
                             rentes do natural aumento da velocidade nas descidas, especialmente para
                             veículos pesados;

                           •  o traçado em planta deve estar de acordo com o traçado em perfil. Devem
                             ser evitadas as combinações de curvas horizontais de raios restritos com
                             declividades longitudinais suaves e curvas horizontais suaves com greides
                             acentuados;






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                                                                                                         DER / SP
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