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CAPÍTUL O   0 7   –   Pr O je T O   se g U r O   de   r O d O vi A s




                       A DVTD consiste na distância necessária para que o motorista seja capaz de de-
                  tectar e reconhecer situações de risco (inesperadas e de difícil compreensão), avaliar o
                  problema identificado, decidir a ação a ser tomada — selecionando trajetória e veloci-

                  dade adequadas —, iniciar e concluir a manobra com eficiência e segurança [6].

                       São exemplos de locais críticos onde é desejável dispor de DVTD: interseções com-
                  plexas, saídas pela esquerda, modificações na seção transversal, redução do número
                  de faixas de tráfego e praças de pedágio [1]. Nesses casos, o PRT varia em função do

                  grau de complexidade da situação com a qual o motorista se depara e do tipo de ma-
                  nobra que o motorista escolhe realizar. Em geral, o PRT para a DVTD é superior àquele
                  adotado para os valores de projeto da DVP [8].

                       A AASHTO recomenda a adoção de 3,0 segundos para o PRT na determinação da

                  DVTD em vias rurais, quando a manobra escolhida pelo motorista é a parada do veículo.
                  Isso porque a DVTD considera o tempo para o motorista entender a rodovia, diante de
                  uma geometria complexa [7]. Dessa forma, o PRT recomendado para a determinação
                  da DVTD é superior ao PRT recomendado para a determinação da DVP e, consequente-

                  mente, a DVTD é superior à DVP.

                       Para o caso de entroncamentos, por exemplo, as DVTDs são substancialmente
                  maiores  que  as  correspondentes  DVPs,  devido  aos  comprimentos  necessários  para
                  acomodar manobras (realizadas com velocidades reduzidas ou iguais à velocidade de

                  projeto) e ao maior PRT (que pode assumir valores superiores a 11 segundos) [7]. As-
                  sim, a DVTD pode assumir valores que superam o dobro da DVP, pois oferece aos mo-
                  toristas uma margem de segurança para falhas [8].

                       Contudo, diferentemente da DVP — que depende de parâmetros geométricos da

                  via —, a DVTD pode ser alcançada com o uso de sinalização apropriada. Pré-sinalização
                  e sinalização vertical de advertência  podem ser utilizadas para informar situações
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                  incomuns e de difícil compreensão ao motorista com antecedência. Isso permite que o

                  motorista compreenda a configuração da via à sua frente e contribui para a tomada de
                  decisão sobre as ações necessárias antes de alcançar uma situação de maior comple-
                  xidade ou de risco.






                  11   Este tema é abordado com mais detalhes no item “7.4 — Sinalização” deste capítulo.


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                     MANU AL  DE  SE GUR ANÇA  VIÁRIA
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