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CAPÍTUL O   0 7   –   Pr O je T O   se g U r O   de   r O d O vi A s




                  com caimento simples, há um maior acúmulo de águas pluviais nas faixas de rolamento
                  de cota mais baixa. O sentido de atuação constante da aceleração transversal é uma
                  vantagem desse tipo de seção, além da simplicidade na execução do pavimento e na

                  concepção da superelevação [2].

                       A superelevação tem influência na segurança e no conforto da viagem, pois con-
                  trabalanceia a atuação da força centrífuga, permitindo que os veículos trafeguem nas
                  curvas com velocidades mais altas. No entanto, superelevação excessiva pode fazer

                  com que veículos lentos deslizem para a parte interna da curva, caso o coeficiente de
                  atrito entre a pista e os pneus seja muito pequeno.

                       Além disso, o desenvolvimento da superelevação merece atenção especial. Reco-
                  menda-se projetar uma zona de transição entre a tangente e a curva horizontal para a in-

                  trodução gradual da superelevação. De forma geral, é desejável que a transição da supe-
                  relevação seja realizada ao longo da espiral de transição. Assim, o comprimento mínimo
                  da curva espiral deve ser adotado a partir do comprimento da transição da superelevação.

                       Para o desenvolvimento da superelevação, há casos em que pode ser necessário

                  realizar a rotação da superfície do pavimento. Nesse processo, deve-se evitar situa-
                  ções em que toda ou parte da seção transversal situada no plano horizontal (declivida-
                  de transversal de 0%) coincida com um alinhamento vertical plano (em nível). Isso oca-
                  siona a formação de áreas planas onde pode ocorrer acúmulo de água, o que contribui

                  para a ocorrência de aquaplanagem e resulta em condição de risco. Para evitar a criação
                  de áreas planas, deve-se coordenar o perfil longitudinal com a declividade transversal,
                  garantindo que ou a declividade transversal ou a declividade longitudinal seja mantida
                  ao longo da transição da superelevação [5].


                       Em vias de múltiplas faixas ou pistas com mais de três faixas por sentido, deve-se
                  atentar à drenagem em curvas com raios longos. Nesses casos, para garantir o escoa-
                  mento superficial até a borda do pavimento, a água deve percorrer longos caminhos

                  nas faixas de tráfego, podendo gerar lâminas d’água mais espessas na superfície da
                  via, aumentando o risco da ocorrência de acidentes. Dessa forma, para evitar o acú-
                  mulo de água, recomenda-se a implementação de revestimentos asfálticos com maior
                  capacidade drenante.








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                                                                                                         DER / SP
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