Page 218 - Manual_de_Seguranca_Viaria
P. 218
CAPÍTUL O 0 7 – Pr O je T O se g U r O de r O d O vi A s
com caimento simples, há um maior acúmulo de águas pluviais nas faixas de rolamento
de cota mais baixa. O sentido de atuação constante da aceleração transversal é uma
vantagem desse tipo de seção, além da simplicidade na execução do pavimento e na
concepção da superelevação [2].
A superelevação tem influência na segurança e no conforto da viagem, pois con-
trabalanceia a atuação da força centrífuga, permitindo que os veículos trafeguem nas
curvas com velocidades mais altas. No entanto, superelevação excessiva pode fazer
com que veículos lentos deslizem para a parte interna da curva, caso o coeficiente de
atrito entre a pista e os pneus seja muito pequeno.
Além disso, o desenvolvimento da superelevação merece atenção especial. Reco-
menda-se projetar uma zona de transição entre a tangente e a curva horizontal para a in-
trodução gradual da superelevação. De forma geral, é desejável que a transição da supe-
relevação seja realizada ao longo da espiral de transição. Assim, o comprimento mínimo
da curva espiral deve ser adotado a partir do comprimento da transição da superelevação.
Para o desenvolvimento da superelevação, há casos em que pode ser necessário
realizar a rotação da superfície do pavimento. Nesse processo, deve-se evitar situa-
ções em que toda ou parte da seção transversal situada no plano horizontal (declivida-
de transversal de 0%) coincida com um alinhamento vertical plano (em nível). Isso oca-
siona a formação de áreas planas onde pode ocorrer acúmulo de água, o que contribui
para a ocorrência de aquaplanagem e resulta em condição de risco. Para evitar a criação
de áreas planas, deve-se coordenar o perfil longitudinal com a declividade transversal,
garantindo que ou a declividade transversal ou a declividade longitudinal seja mantida
ao longo da transição da superelevação [5].
Em vias de múltiplas faixas ou pistas com mais de três faixas por sentido, deve-se
atentar à drenagem em curvas com raios longos. Nesses casos, para garantir o escoa-
mento superficial até a borda do pavimento, a água deve percorrer longos caminhos
nas faixas de tráfego, podendo gerar lâminas d’água mais espessas na superfície da
via, aumentando o risco da ocorrência de acidentes. Dessa forma, para evitar o acú-
mulo de água, recomenda-se a implementação de revestimentos asfálticos com maior
capacidade drenante.
217
MANU AL DE SE GUR ANÇA VIÁRIA
DER / SP