O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-SP), órgão vinculado à Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), realizou, na terça-feira (03), o Simpósio de Sustentabilidade em Obras Viárias, na sede do Departamento.Com a presença da secretária Natália Resende, da Semil, e do presidente do DER-SP, Sergio Codelo, o evento reuniu especialistas da iniciativa privada, do setor público e pesquisadores para discutir práticas sustentáveis e soluções inovadoras, de menor impacto ambiental, em obras viárias.
Na sua participação, a secretária Natália Resende destacou o esforço para encontrar soluções mais sustentáveis."Estamos avançando e estudando formas de modernizar e aprimorar nossas ações, para oferecer mobilidade segura, de qualidade e sustentável", comentou a secretária.
O presidente do DER-SP, por sua vez, destacou a integração das ações em prol da redução do impacto ambiental nas obras viárias."Com este encontro, materializamos e reforçamos a orientação do Departamento de Estradas de Rodagem, que está com o pensamento e ações integradas e alinhadas, no caminho da obediência às legislações e cuidados com a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade", destacou Codelo.
Durante o simpósio, o DER-SP se comprometeu a lançar um processo de contratação de uma consultoria especializada para elaboração do Inventário de Emissões do Departamento, uma ferramenta para mapear e quantificar as emissões das atividades realizadas pelo Departamento.Esse inventário permitirá uma análise detalhada do impacto ambiental das operações, fornecendo dados essenciais para implementação de estratégias de mitigação e redução do impacto ambiental.
Segundo Gean Franco, coordenador geral de Planejamento e Pesquisa do DER-SP, o intuito do inventário é elaborar um plano de longo prazo que seja o mais assertivo possível, buscando soluções que estejam alinhadas com a academia e o mercado.
Com o tema "Sustentabilidade em um contexto geral", o professor Wilson Cabral, do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), discutiu abordou o cenário atual da sustentabilidade na sociedade global.O palestrante iniciou com uma retrospectiva histórica, explorando o conceito do Antropoceno, a partir de pesquisas e gráficos sobre os efeitos da ação humana e as mudanças climáticas.
O painel "Descarbonização" contou com a participação de Carina Dolabella, coordenadora de Mudanças Climáticas e Relações Internacionais da Semil; Claudia Teixeira, pesquisadora do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT); Cecília Merighi, coordenadora de Inovação da EcoRodovias; e Juliana Silva, diretora de Sustentabilidade da Motiva.
Carina Dolabella, da Semil, discutiu a estratégia do governo de São Paulo, incluindo programas e ações voltados à agenda climática, baseada em dois eixos: mitigação e adaptação, com planos de curto, médio e longo prazo, com o objetivo de alcançar a neutralidade climática, compreendendo os impactos atuais e as metas para cada setor.
Claudia Teixeira, do IPT, abordou a jornada em prol da descarbonização, a partir da conscientização sobre o problema e a identificação de ferramentas para solucioná-lo.No IPT, segundo Cláudia, um levantamento avaliou a contribuição pessoal dos funcionários em relação às suas deslocações diárias, o que gerou uma reflexão interna significativa.Além disso, foi apresentado o inventário de emissões do IPT, visando identificar oportunidades para reduzir a pegada de carbono em suas operações.
Cecília Merighi, da Ecorodovias, destacou as tecnologias disponíveis para uma mobilidade mais sustentável, destacando inovações em pavimentação.Cecília mencionou a importância da cultura de sustentabilidade, reforçando aos colaboradores valores pertinentes, abordando metas de redução do impacto ambiental das atividades do grupo e a interação com equipes de obras para otimizar o uso dos materiais.
Juliana Silva, da Motiva, discutiu as estratégias de descarbonização da companhia, destacando a definição de papéis na estrutura da empresa e as respectivas responsabilidades.Foram criados grupos táticos e operacionais para implementar essas estratégias, integrando a sustentabilidade às metas de governança.A abordagem adotada é baseada em cinco pilares principais: Redução do Risco Climático e da Pegada Ambiental, Gestão Sustentável da Cadeia de Valor, Impacto Positivo na Sociedade e Valorização das Pessoas.
Após o almoço, foi a vez da apresentação da ONG Prato Verde Sustentável.Wagner Ramalho, educador ambiental e idealizador da ONG, destacou a importância da resiliência diante das mudanças climáticas, que afetam diretamente a segurança alimentar e impactam a fauna e flora devido ao aumento da temperatura.Falou sobre as iniciativas e sobre o objetivo de combater a degradação ambiental e a insegurança alimentar, promovendo melhorias na qualidade de vida em áreas periféricas.
Na sequência, Rogério Alves, representante da Motiva RioSP, apresentou o progresso das obras na Serra das Araras, uma rodovia considerada estratégica.Foram mencionadas as tecnologias utilizadas, as características da via, aspectos de engenharia e o investimento realizado.Alves abordou ainda os programas ambientais implementados no contexto da obra.
Já Danilo Leme, especialista de Meio Ambiente da concessionária Tamoios, debateu os desafios ambientais enfrentado na gestão da rodovia dos Tamoios, a qual atravessa unidades de conservação.Leme destacou os cuidados da concessionária com o bioma e a biodiversidade local, e compartilhou dados técnicos sobre as obras e as medidas de mitigação ambiental adotadas.
No painel "Materiais alternativos para pavimentação", Kamila Vasconcelos, professora da Universidade de São Paulo (USP), destacou a importância da integração entre ramos da ciência e da engenharia, em que a pesquisa científica impulsiona a prática da engenharia, por meio de tecnologias avançadas, como materiais inteligentes e captura de energia.O resultado se traduz em infraestruturas mais resilientes, no monitoramento contínuo, além de políticas que garantam segurança, confiabilidade e sustentabilidade ambiental, econômica e social.
Fernão Nonemacher, engenheiro e especialista Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), apresentou soluções sustentáveis para pavimentos de concreto, com foco em durabilidade.Destacou ainda a importância de compreender o ciclo de vida dos pavimentos, de modo a identificar oportunidades de redução dos impactos econômicos e ambientais.
Luís Alberto Hermann do Nascimento, engenheiro da Petrobras, seguindo com a abordagem técnica, enfatizou que a durabilidade dos materiais é essencial para a sustentabilidade, resultando em benefícios para a sociedade.Além disso, ressaltou a importância de avaliar o desempenho dos materiais, o que traz resultados positivos para o setor.
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